A febre do Podcast
O Futuro do áudio acontece agora
Os serviços de podcast tem tido cada vez mais popularidade e agora, principalmente, por sua conexão com serviços de streaming.

Não é algo tão
recente quanto se pensa: em 2005, a americana Apple
se tornou a primeira empresa a abrir sua plataforma, o
iTunes, para este novo formato de áudio. Inicialmente
visto como um programa de rádio gravado e que
poderia ser ouvido no momento em que o consumidor
bem entendesse, a produção independente era o
que dominava o mundo do podcast: dentro de casa,
pessoas comuns seguiam a onda do início do YouTube
e de conteúdo para internet e criavam seus próprios
programas de áudio. Por este fator, durante certo tempo
o podcast ficou ainda em “banho-maria”, sem muita
expressão numérica no grande público. Porém, desde
o começo da década de 2010, o podcast tem invadido
os celulares e computadores de diversas pessoas,
tornando-se assunto comum no cotidiano de muitas.
A “The Infinity Dial 2019”, maior pesquisa digital
já realizada sobre hábitos de consumo nos Estados
Unidos, mostrou que na população americana de idade
de 12 anos para cima, o número total de pessoas que
já ouviram um podcast passou de 50% pela primeira
vez. Pessoas ouvidas pela pesquisa declararam ainda
escutar uma média de 17 horas de podcast por semana.
Até janeiro de 2019, os mecanismos de pesquisa (que
utilizaram dados coletados de uma série indústrias
e plataformas de streaming e outros tipos de mídia)
apuraram que pelo menos 90 milhões de americanos
ouviram um podcast em algum momento do ano.
Segundo os pesquisadores, isso demonstra que é seguro
afirmar que o formato de áudio finalmente pode ser
considerado “mainstream”, ou seja, já é parte relevante
do consumo de mídia do público geral.
Foi aqui que a indústria começou a despertar: será que
já é momento de investir no podcast? O sueco Spotify e
o francês Deezer apostaram que sim. Em 6 de fevereiro
do ano passado, o fundador e CEO do Spotify, Daniel
Ek anunciou que “é seguro presumir que com o tempo,
mais de 20% do conteúdo ouvido no Spotify será nãomusical”, e que estava naquele momento firmando a
compra de duas grandes companhias de podcast: a
Gimlet Media, criadora de conteúdos de áudio bem
sucedidos como o famoso “Homecoming”, e a Anchor,
responsável pela criação do aplicativo de mesmo nome
que agiliza a produção e a publicação de podcasts.
Ainda segundo Ek, “Considerando que a próxima
década será definida por uma experiência de áudio
mais imersiva e personalizada, também será definida
por forte competição.” Ele não está errado: o Deezer
não ficou para trás e já tem investido em conteúdo
não-musical, partindo da mesma visão da concorrente:
segundo Thiago Rangel, diretor de serviço não-musical
da Deezer “É uma evolução natural: os serviços que
tinham apenas música estão virando plataformas de
streaming de áudio em geral.
As pessoas querem
simplificar a vida e ter conteúdo em um lugar só.” Assim
como abalaram as estruturas da indústria fonográfica,
os gigantes do streaming prometem trazer uma solução
forte no mundo do podcast contra o grande vilão do
mercado midiático: a pirataria. Daniel Ek declarou, a
respeito do assunto, que “Finalmente, se formos bemsucedidos (no investimento em podcasts), nós vamos
começar a competir mais amplamente por tempo contra
todas as formas de entretenimento e serviço informativo
informal, não apenas no setor de streaming musical.
Concorrência justa em um mercado igualitário é o que
rende as mais criativas produções e inovações, e é o
que vai resultar na melhor experiência para ouvintes e
criadores de conteúdo.”
O mundo televisivo e os canais do YouTube, assim como
blogs e outras áreas do entretenimento não querem
perder seu lugar à mesa: todo mundo agora tem seu
Podcast. Com tanta novidade e tanto para crescer, algo
é certo: o futuro rende muito investimento e muito
crescimento para quem cria, ouve e ama podcast.